Uma operação da Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) prendeu sete pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa de tráfico de drogas em Cachoeiro de Itapemirim. A ação ocorreu no bairro Santa Cecília, na madrugada desta quarta-feira (11), e desvendou um esquema que, segundo a polícia, era controlado de dentro de um presídio no Rio de Janeiro.
A ofensiva policial mobilizou 32 agentes de diversas delegacias especializadas, incluindo as de Homicídios (DHPP), Investigações Criminais (Deic) e Infrações Penais (Dipo), além do suporte do Centro de Inteligência e Análise Telemática (CIAT-Sul) e de unidades das cidades vizinhas: Atílio Vivácqua, Castelo, Muqui e Vargem Alta.
Segundo o delegado Felipe Vivas, responsável pela Denarc e DHPP de Cachoeiro, a investigação começou em outubro do ano passado, após a prisão em flagrante de um casal no mesmo bairro. Na ocasião, os policiais apreenderam 10 quilos de maconha e 400 gramas de haxixe. Mas foi o conteúdo do celular da mulher que revelou o alcance da quadrilha.
As mensagens do aparelho mostraram que ela atuava como gerente local do tráfico, recebendo ordens diretas de um detento recolhido no presídio de Itaperuna (RJ). Mesmo atrás das grades, o criminoso, já conhecido por envolvimento em tráfico, homicídios e porte de armas, organizava toda a logística da facção: escalava “funcionários”, controlava os pontos de venda, autorizava pagamentos e supervisionava o fluxo do dinheiro da droga.
“O preso fazia a gestão completa da operação criminosa, decidindo desde o abastecimento dos pontos até a rotina de quem atuava nas ruas de Cachoeiro”, explicou o delegado
A apuração também identificou outros membros do esquema com funções variadas: transporte, preparo e armazenamento de entorpecentes, além da segurança dos pontos de venda
Foram detidas quatro mulheres — de 27, 29, 38 e 51 anos — e três homens — de 19, 22 e 29 anos. Parte dos investigados já tinha passagem por crimes como tráfico e associação criminosa. Todos foram encaminhados para unidades prisionais da região.
A operação reforça o alerta das autoridades sobre o alcance de facções interestaduais que, mesmo isoladas fisicamente, seguem gerenciando atividades ilícitas em território capixaba.
Foto: Reprodução